"Parasitemia"
sexta-feira, 25 de março de 2011
Giardíase
quarta-feira, 23 de março de 2011
"Por favor, querido fique calmo ... Eu posso explicar ..."
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Amebíase intestinal e extra-intestinal
A relação entre o parasita e o hospedeiro, na maioria das vezes, ocorre de forma pacífica, na qual ambos se beneficiam ou pelo menos não se destroem. O mesmo acontece na relação entre a Etamoeba histolytica e seu hospedeiro. Estima-se que existam 480 milhões de pessoas contaminadas em todo mundo, contudo, apenas em 10% dessas pessoas o parasita torna-se mais virulento, mais ativo e invasivo, provocando manifestações dos sintomas da amebíase. Através dos sintomas, podemos sugerir o nível de invasão da Etamoeba histolytica. Uma das formas clínicas mais comuns em nosso meio é a amebíase intestinal com colite não-disentérica, que se manifesta através de duas a quatro evacuações, diarréicas ou não, por dia, com fezes moles ou pastosas, às vezes contendo muco ou sangue. Pode apresentar também, cólica ou desconforto abdominal e raramente há manifestação febril. Outra característica da amebíase intestinal com colite não-disentérica é a intermitência entre a fase de manifestação da patologia e a fase de funcionamento normal do intestino.
A forma disentérica da colite amebiana é outro tipo de infecção, causada pela Etamoeba histolytica, que acomete o intestino grosso. Nessa forma, o parasita é muito mais invasivo e ataca a mucosa intestinal, provocando ulcerações. Nas úlceras, o parasita encontra um ambiente melhor que na luz intestinal e mais propício ao seu desenvolvimento e reprodução. Em alguns casos, ocorre resposta do sistema inflamatório e migração de neutrófilos para os locais de ulceração (leucocitose e neutrofilia), onde esses granulócitos tentam atacar as amebas. A ação dos neutrófilos pode ter como conseqüência a formação de piócitos, que saem nas fezes, ou, pode provocar úlceras granulomatosas, com a degranulação do seu conteúdo citoplasmático. A colite amebiana disentérica ocorre de forma mais aguda e o indivíduo acometido pode apresentar dor intensa na região abdominal, tenesmo e tremores de frio, devido a perfurações no intestino. Além disso, pode apresentar também, mais de oito evacuações por dia, com fezes mucopiossanguinolentas, e quadro de desidratação e hemorragia.
Como nada pode ser tão ruim que não possa ficar pior para o hospedeiro, a Etamoeba histolytica pode invadir a submucosa intestinal e entrar em contato com a corrente sangüínea. Neste local, a ameba encontra um ambiente, com alimento em abundância, totalmente propício ao seu desenvolvimento e reprodução. Do sangue, ela pode chegar ao fígado através da circulação porta-hepática. O fígado é o principal alvo da amebíase extra-intestinal, nele a ameba forma abscesso hepático, podendo provocar necrose coliquativa. Os sintomas apresentados por indivíduos com amebíase extra-intestinal são representados pela tríade: febre, dor intensa na porção superior direita do abdome (hipocôndrio direito) e hepatomegalia. Aliado a isso, o hospedeiro pode apresentar calafrios, anorexia e perda de peso. A Etamoeba histolytica pode não se contentar em parasitar apenas o fígado e, ainda na corrente sangüínea ou por extensão, pode invadir outros órgãos do hospedeiro como pulmões, tegumento e, mais raramente, o cérebro. Esse evento é mais raro, mas quando ocorre, o indivíduo contaminado pode sofrer alterações irreversíveis em suas estruturas, chegando ao óbito. A passagem de bactérias provenientes do intestino grosso para a corrente sangüínea através das ulcerações é outra complicação relacionada à amebíase extra-intestinal, bactérias podem atingir vários órgãos do corpo e produzir uma infecção sistêmica - sepse.
Pelo exposto acima, vimos que infecções intestinais, como a amebíase, são doenças que apresentam risco muito elevado para os indivíduos contaminados, visto que, além de comprometerem o trato intestinal, podem expandir para outras partes do corpo e trazer consigo outros microorganismos. Para que haja uma diminuição dos casos, é necessária a ação conjunta entre a comunidade e os órgãos públicos de saúde, com o intuito de prestar informações e esclarecimentos, aos indivíduos suscetíveis, sobre os riscos de contaminação relacionados à falta de higiene pessoal e na preparação do alimento e precárias condições de saneamento de água e esgoto. No caso da amebíase, se faz necessário, também, o diagnóstico dos portadores assintomáticos, pois são eles os principais disseminadores dos cistos de Etamoeba histolytica, formas infectantes, que saem nas fezes formadas. Além disso, a transmissão pode ocorrer através da ingestão de água e alimentos contaminados, através do sexo anal-oral e através de insetos, como formigas e moscas, que trazem cistos grudados em suas patas e têm a capacidade de regurgitar os cistos ingeridos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS
NEVES, D. P & Cols. Parasitologia humana. Ed. Atheneu, 11a ed, 2005. 495 pp.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
"Mudar? Pra que?"
sábado, 5 de fevereiro de 2011
...Parasitologia Humana, Parasitismo e Doença Parasitária...
A doença parasitária é um acidente que ocorre em conseqüência de um desequilíbrio entre o hospedeiro e o parasita. O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores, dentre os quais salientam: o número de formas infectantes presentes, a virulência (grau de periculosidade) da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação do parasita com outras espécies e o grau da resposta imune ou inflamatória desencadeada. (NEVES, 2005, p. 13)