sábado, 5 de fevereiro de 2011

...Parasitologia Humana, Parasitismo e Doença Parasitária...

Entendemos Parasitologia Humana quando correlacionamos o ciclo de vida dos agentes etiológicos, os fatores biológicos, culturais e econômicos do homem e o ambiente em que eles coabitam.
O parasitismo é uma associação entre organismos de espécies distintas, na qual se observa uma unilateralidade de benefícios, uma associação íntima e duradoura e uma dependência metabólica de grau variado. Esse fenômeno ocorreu quando, na evolução da simbiose, um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção de alimento. A partir de então, essa associação inter específica, que na maioria das vezes é desarmônica, tornou-se indispensável à vida de várias espécies.
Com alta capacidade de adaptação ao organismo do hospedeiro, o parasita tornou-se cada vez mais dependente dele. Essas adaptações ocorreram a níveis morfológicos como: degenerações representadas por perda ou atrofia de órgãos locomotores e aparelho digestivo; e biológicos como: aumento da capacidade reprodutiva, diversas maneiras de reprodução (hermafroditismo, partenogênese, esquizogonia e poliembrionia), capacidade de resistência à agressão do hospedeiro (presença de antiquinase, que é uma enzima que neutraliza a ação de sucos digestivos sobre numerosos helmintos e capacidade de induzir uma imunossupressão) e tropismo (desenvolvimento em um local específico, órgão ou tecido, mediante atração quimiotática).
Já a doença parasitária é caracterizada quando o parasita age de forma ofensiva no organismo provocando lesão e sofrimento tecidual. Todavia, não é interessante para ele provocar a morte do hospedeiro. Pois, conseqüentemente, estará provocando sua própria morte

A doença parasitária é um acidente que ocorre em conseqüência de um desequilíbrio entre o hospedeiro e o parasita. O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores, dentre os quais salientam: o número de formas infectantes presentes, a virulência (grau de periculosidade) da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação do parasita com outras espécies e o grau da resposta imune ou inflamatória desencadeada. (NEVES, 2005, p. 13)


A ação dos parasitas no hospedeiro pode se processar de várias formas; são elas: ação espoliativa, que ocorre quando o parasita absorve nutrientes e até mesmo sangue do hospedeiro (anóxia); ação tóxica, pois algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o tecido do hospedeiro; ação mecânica, devido a existência de algumas espécies que podem impedir o fluxo de alimento, do suco biliar ou a absorção nos nutrientes; ação traumática, que é provocada, principalmente, por formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam capazes de fazê-lo, por exemplo: migração cutânea, migração pulmonar e úlceras intestinais (Ancylostomatidae), lesão hepática pela migração da F. hepática jovem, o rompimento de hemáceas pelos plasmódium e etc. Além dessas, existe também a ação irritativa, que deve-se a presença constante do parasita que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado; e ação enzimática, que se processa quando o parasita utiliza enzimas para romper as barreiras físicas do hospedeiro. Por meio dessas ações infecciosas e das adaptações morfológicas e biológicas anteriormente citadas, o processo patogênico se inicia.
Por fim, medidas que nós - Estudantes e futuros profissionais da saúde - temos que praticar, em nossas vidas e na sociedade, para evitar, ou pelo menos, diminuir os riscos e controlar os índices de contaminação.
Medidas de prevenção primária - São ações que procuram evitar que o indivíduo suscetível entre em contato com os patógenos. Podem ser primordiais - ações que promovem a diminuição ou erradicação dos riscos de infecção - (moradia adequada, saneamento ambiental, incluindo saneamento de água, esgoto e coleta de lixo, educação ambiental, alimentação adequada e construção de áreas de lazer) e específicas - ações de proteção populacional contra os agentes etiológicos - (imunização, uso de equipamentos de segurança, uso de camisinha e proteção contra acidentes).
Prevenção secundária - São ações direcionadas a pacientes em fase clínica e subclínica da doença. Impedindo que a doença se desenvolva para estágios mais graves, não deixe seqüelas ou provoque morte.
E prevenção terciária - Entende-se por processo de reeducação e readaptação de pessoas acometidas por acidentes ou que estejam com seqüelas em decorrência de alguma doença. Inclui a reabilitação (impedir a incapacidade total), a fisioterapia, a terapia ocupacional, as cirurgias de reparo e a colocação de próteses.
Através de políticas de concientização da população que vive em áreas de risco e de educação ambiental, buscando prestar informações acerca de alimentação saudável, higienização e saneamento básico, os índices de contaminação poderão ter uma queda significativa em nosso país.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NEVES, D. P & Cols. Parasitologia humana. Ed. Atheneu, 11a ed, 2005. 495 pp.
REY, L. Bases da Parasitologia. Ed. Guanabara Koogan, 2a ed, 2002. 349 pp.
Imagens e Dados sobre Parasitas e Parasitoses e conteúdo de aulas
www.proto.ufsc.br/links.htm














Um comentário:

  1. muitos esclarecedor, tirou todas as duvidas de um questionário no qual eu tinha que responder. muito obrigado!!!

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